2024-08-24 HaiPress
A candidata democrata,Kamala Harris,e o indicado republicano,Donald Trump — Foto: AFP
GERADO EM: 24/08/2024 - 04:31
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
LEIA AQUI
A exatos 72 dias das eleições nos Estados Unidos e tanto a vice-presidente Kamala Harris quanto o ex-presidente Donald Trump oficializados como candidatos nas convenções de seus partidos,pesquisas apontam um cenário de indefinição.
Em último dia da convenção: Kamala busca tom equilibrado para falar sobre Gaza,tópico mais divisivo entre democratasPor que Trump critica a aparência dos adversários? Especialistas analisam o comportamento do ex-presidente
Segundo o Real Clear Politics,plataforma que compila todas as pesquisas eleitorais dos EUA,Kamala está na frente de Trump na votação nacional por 1,5 pontos percentuais em média,o que significa um empático técnico dentro da margem de erro. Embora a maior parte dos levantamentos feitos a partir do final de julho — quando a vice ascendeu como substituta do presidente Joe Biden — apontem uma vantagem de até 4 pontos para ela,o magnata aparece até 3 pontos na frente em outros,indicando as possibilidades de variação a depender dos métodos adotados pelos institutos.
No entanto,a vantagem na votação popular não significa necessariamente uma vitória no pleito. Em 2016,a então candidata Hillary Clinton conquistou a maioria dos votos,mas não levou a disputa contra Trump no Colégio Eleitoral,sistema que vigora desde 1787. Ao final,o magnata acabou eleito.
Análise: Kamala faz discurso calculado para ganhar a eleição,com altas doses de populismo e patriotismo
Na eleição americana,que é indireta,os eleitores de um estado votam,na realidade,em um grupo de delegados que representará a sua decisão. Quanto mais populoso,maior o número de delegados em jogo. Na prática,a votação funciona no formato "o vencedor leva tudo",ou seja,ainda que um candidato tenha menos de 1% de vantagem sobre o outro em determinado estado,ele ganha todos os delegados que estavam em disputa naquele lugar.
Ao final,vence quem tiver mais delegados. No entanto,a maior parte dos estados têm uma tradição de eleger sempre o mesmo partido: é o caso da Califórnia,um bastião democrata,e o Texas,que há décadas só vota em republicanos. Nesse sentido,a disputa de fato acontece em um pequeno grupo de estados que não têm uma tendência clara partidária,conhecidos como estados-pêndulos ou swing states.
Não é raro que o conjunto de estados-pêndulos variem ao longo do tempo. A Flórida,por exemplo,que no início do século era considerada um estado-chave nas eleições pelo seu grande número de delegados (30) e incerteza em relação ao vencedor,hoje é considerada um colégio republicano.
Eleição nos EUA: Veja datas chave do calendário eleitoral após o fim da Convenção Democrata
Neste ano,os estados-pêndulos são Pensilvânia,Michigan,Arizona,Wisconsin,Geórgia,Nevada e alguns analistas também consideram a Carolina do Norte,que elegeu republicanos nos últimos ciclos,mas tem apresentado um resultado indefinido nas pesquisas.
No compilado de pesquisas feitas apenas nos estados-pêndulos,Kamala e Trump aparecem empatados com 47%,com apenas 0,1 ponto de vantagem para o republicano. Na semana em que Biden decidiu abandonar a disputa,os levantamentos mostravam Trump na frente do presidente por 4,3 pontos percentuais,acima de margem de erro,o que elevou a pressão interna para que o democrata desistisse.
Mas Kamala conseguiu recuperar terreno rapidamente desde então. Ela aparece empatada na margem de erro em todos os sete estados,com uma vantagem de 1 ponto em Wisconsin e 2 pontos no Michigan. Nos demais,Trump lidera,mas na maioria deles por até um 1 ponto percentual — no Arizona,a diferença é de apenas 0,2 pontos. A maior vantagem do republicano é em Nevada,onde pesquisas o mostram na frente por 1,4 pontos.