2024-09-05 HaiPress
Transmissão do vírus da mpox ocorre principalmente por meio do contato direto com lesões na pele — Foto: Maurício Bazílio/ SESRJ
GERADO EM: 05/09/2024 - 05:34
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Desde o início deste ano,o estado do Rio de Janeiro já registrou 190 casos de mpox sendo a maioria deles - 119 - na capital fluminense. De acordo com a secretaria municipal de Saúde,no mês de agosto foram sete o número de registros. A mpox é uma doença infecciosa causada por um vírus do gênero Orthopoxvirus que pode ser transmitida de animais para humanos ou entre pessoas contaminadas. A transimissão se dá através do contato direto com lesões na pele.
Maioria dos casos de mpox apresenta sinais e sintomas leves a moderados. — Foto: Maurício Bazílio/ SESRJ
Até 2022,a doença era chamada de varíola dos macacos,e o vírus levava o nome de monkeypox. Mas os termos foram alterados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A infecção provocada no organismo é semelhante à varíola humana,erradicada do mundo em 1980.
No Brasil,a linhagem do vírus em circulação é a Clado 2b. Mas existem outras três linhagens conhecidas. Recentemente,a OMS decretrou emergência global relacionada à mpox,em função do grande número de casos na República Democrática do Congo neste ano,e do crescimento explosivo no continente africano relacionado ao Clado 1b.
O infectologista Rafael Galliez,do Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião,esclarece algumas sobre a doença:
A transmissão da mpox ocorre principalmente por meio do contato direto com lesões na pele. As lesões em fase de pústula são particularmente infecciosas e,diferentemente da varicela,mantêm-se infecciosas mesmo quando crostosas. Além disso,a transmissão pode ocorrer através de fluidos corporais e materiais contaminados,como roupas ou lençóis utilizados por uma pessoa infectada. Também é possível a transmissão por gotículas respiratórias em casos de contato prolongado e próximo.
Os principais sintomas da mpox incluem febre,dor de cabeça intensa,dores musculares,cansaço extremo,linfonodos inchados (ínguas) e erupções cutâneas que geralmente começam no rosto e se espalham para outras partes do corpo,incluindo mãos,pés e genitália.
Qualquer pessoa que tenha contato próximo com uma pessoa infectada ou com materiais contaminados pode contrair a mpox. O vírus também pode ser transmitido de uma gestante para o feto através da placenta,ou da mãe infectada para o filho durante ou após o parto,por meio do contato pele a pele.
Embora a mpox possa ser transmitida através de contato íntimo,incluindo o contato sexual,ela não é considerada uma doença sexualmente transmissível. A transmissão pode ocorrer de outras formas,como através do contato pele a pele.
Na maioria dos casos,os sintomas da mpox desaparecem em algumas semanas. No entanto,em pessoas imunocomprometidas,crianças e gestantes,os sinais e sintomas podem levar a complicações e até à morte. As complicações podem incluir infecções secundárias,pneumonia e encefalite (inflamação do cérebro).
A mpox é causada pelo vírus mpox,que pertence ao gênero Orthopoxvirus,o mesmo grupo de vírus que causa a varíola humana.
A principal forma de prevenir a doença é evitar contato direto com pessoas infectadas,usar equipamentos de proteção individual (como máscaras e luvas) em ambientes de risco,e higienizar bem as mãos e objetos pessoais. A vacina utilizada no país é a Jynneos,composta pelo vírus atenuado. Ela é recomendada para adultos,incluindo gestantes,lactantes e pessoas com HIV. Desde 2023,quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso provisório do imunizante,o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses e aplicou 29 mil. A Secretaria de Estado de Saúde do Rio aguarda a compra e distribuição da vacina pelo Ministério da Saúde.
A estratégia de vacinação adotada no Brasil prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para formas graves da doença,como pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA): homens cisgêneros,travestis e mulheres transexuais; com idade igual ou superior a 18 anos; e com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses. Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvirus em laboratórios com nível de biossegurança 2 (NB-2),de 18 a 49 anos de idade,também são priorizados. Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de indivíduos suspeitos,prováveis ou confirmados para mpox,cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco,conforme recomendações da OMS,mediante avaliação da vigilância local.
Atualmente,o tratamento dos casos de mpox é baseado em medidas de suporte clínico,com o objetivo de aliviar sintomas,prevenir e tratar complicações e evitar sequelas. A maioria dos casos apresenta sinais e sintomas leves a moderados. Existem estudos em andamento no país para avaliação do medicamento Tecovirimat no tratamento do mpox.
Em 14 de agosto de 2024,o Diretor-Geral da OMS declarou que o aumento contínuo de casos de mpox,incluindo uma nova linhagem do vírus que transmite a doença,o Clado 1b,constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). Isso significa que a doença representa um risco à saúde pública,pela possibilidade de disseminação internacional,e requer uma resposta internacional coordenada.
Em 2022,houve o início da grande circulação do Clado 2b que atingiu diversos países em todos os continentes. No momento foram detectados apenas dois casos do mpox Clado 1b fora do continente Africano (um na Suécia e um na Tailândia). O restante dos casos nos diversos continentes estão associados ao Clado 2b já em circulação desde 2022.
Em 2024,foram notificados no Brasil 791 casos confirmados e prováveis de mpox. O Estado do Rio de Janeiro registrou 190 casos. Não houve registro de óbitos por mpox no Brasil em 2024. No momento os casos estão associados ao 2b.