2024-09-11 HaiPress
O piloto Pedro Buta,como era conhecido,era especialista em voos de avião e de balão — Foto: Reprodução
GERADO EM: 11/09/2024 - 04:30
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Maria Eugênia Buta,mãe de Pedro Rodrigues Parente Neto,viajou do Rio para Boa Vista,em Roraima,em busca do filho,desaparecido desde o dia 1º de setembro. O rapaz foi contratado,em agosto,para transportar uma aeronave de Goiânia para a Venezuela,país onde foi visto pela última vez. A Polícia Federal e a Força Aérea Brasileira investigam o paradeiro dele.
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— Meu filho pode ter certeza que eu vou encontrar ele! Removo céus e terras,e Deus é comigo! Eu vou descobrir o que ele estava fazendo na Venezuela. Vou passar essa semana inteira em Boa Vista,fazendo contato com a polícia,com o consulado,para resolver isso. Se ele fez algo de errado,vai pagar da forma certa. Só quero meu filho vivo perto de mim — disse Eugênia.
A mulher,que trabalha como dentista em Copacabana,foi para Boa Vista nesta terça-feira. De lá,pretende passar pela Superintendência da Polícia Federal,pelo Consulado da Venezuela em Roraima e na Força Aérea Brasileira.
Segundo Maria Eugênia,o filho viajou no dia 17 de agosto,avisando que iria para a Bahia. O último contato deles é de 1° de setembro,e a expectativa é de que ele voltasse para o Rio no último dia 4. Ao perder o contato com Pedro,a mãe procurou por conhecidos e descobriu que o filho,na verdade,estava na Venezuela.
Informações preliminares revelam que Pedro havia sido contratado para levar um monomotor Bellanca Aircraft,de Goiânia para a Venezuela. O proprietário da aeronave é o empresário brasileiro Daniel Seabra de Souza,do ramo da mineração. Ao RJ2,da TV Globo,ele contou que a comprou recentemente no Brasil e que contratou Pedro para buscá-lo,com o novo avião,no país vizinho.
Pedro Rodrigues teria entrado na Venezuela com o transponder do avião desligado. Esse dispositivo serve como um alerta no radar de controle de tráfego aéreo,o que ajuda a identificar a presença das aeronaves nos países.
Natural do Rio de Janeiro,Pedro Buta,como é conhecido,trabalha como instrutor de voo. Ele gerenciava o perfil "Céu Livre Aerodesporto" nas redes sociais,onde afirma ser "Micro Empreendedor Individual. Habilitado como Piloto comercial de Avião e Instrutor de Voo. Ator,Músico Registrado na Sated/RJ e produtor cultural".
Ele descreve a Céu Livre como uma "empresa de ensino e turismo",contudo,não foi possível localizar o CNPJ dela. Além disso,ele completa o informativo afirmando que "trabalha com o ensino do curso de piloto privado de avião,piloto de balão,paraquedista e piloto de speedfly",e vende "voos panorâmicos de balão,avião e helicóptero. Saltos de paraquedas dos três tipos de aeronaves,voos de parapente e asa delta".
No dia 20 de maio deste ano,Pedro se envolveu em um acidente no Acre,onde realizou um pouso de emergência no rio Tarauacá. À polícia,ele contou ter sido contratado por Wesley Evangelista de Olinda para fazer um voo do Espírito Santo ao Amazonas,e que suspeitava de um esquema de sabotagem contra ele. Os dois haviam se conhecido,naquele mês,em um grupo do WhatsApp sobre aviação. Até o momento,o caso não foi totalmente esclarecido.
Em depoimento à época,Pedro contou ter escolhido a rota que passava pelo Acre por já conhecer o trajeto,incluindo pontos de abastecimento. Durante as investigações,a polícia descobriu que Wesley Evangelista havia sido preso,em 2019,por tráfico internacional de drogas e,um ano antes,era conhecido por ser chefe de uma organização criminosa na região. O piloto negou saber do histórico de Wesley,afirmando que aceitou o serviço porque o avião estava regular.
A suspeita de sabotagem relatada por Pedro diz respeito a um processo movido por ele contra uma empresa de táxi aéreo no Norte. Segundo o piloto,o proprietário permita que os funcionários trabalhassem em situações deploráveis,alimentando-se de comidas estragadas e dormindo em alojamentos precários. Além disso,afirmava que os mesmos eram obrigados a fazer o transporte de pessoas em número acima do suportado pelos aviões.