2024-09-12 HaiPress
Dirigentes diz que jogadores na Espanha prepararam 'contrato' para evitar denúncias de estupro — Foto: Reprodução
GERADO EM: 12/09/2024 - 04:01
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Após mais um jogador do futebol espanhol ser detido acusado de agressão sexual,o presidente do Centro Nacional de Formação de Treinadores de Futebol (Cenafe),Miguel Galán,denunciou que atletas estariam usando um "contrato sexual" com parceiras para evitar denúncias contra eles,em um país que já ficou marcado pelo caso do brasileiro Daniel Alves,preso por mais de um ano após ser condenado por estuprar uma mulher em uma boate em Barcelona.
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No contrato — que especialistas já afirmaram não ter validade perante eventual julgamento criminal,segundo o jornal O Jogo —,há uma série de condições para que haja uma relação,como o que é permitido ou não,duração,métodos contraceptivos usados e,o ponto mais polêmico,a citação a uma "violação acidental".
Atletas do futebol espanhol estariam usando um "contrato sexual" com parceiras para evitar denúncias de assédio contra eles — Foto: Reprodução
Segundo Galán,os jogadores estariam com medo de que "uma mulher os engane e pregue uma rasteira,ou apresente uma denúncia falsa",o que pode "burocratizar as relações". Segundo O Jogo,não há relatos de que o documento já tenha sido usado por algum jogador no país
O atacante do Valencia Rafa Mir foi preso na semana passada acusado de agressão sexual contra duas mulheres. Em suas redes sociais,o jogador de 27 anos emitiu uma nota oficial no qual se diz inocente das acusações e afirma confiar plenamente na Justiça da Espanha.
"Confio plenamente na Administração de Justiça deste país,com a qual colaborei desde o primeiro minuto para esclarecer os fatos",disse Rafa Mir em um trecho da nota oficial.
De acordo com informações obtidas pelo jornalista Jorge García Abadía,as agressões sexuais ocorreram na piscina da casa de Rafa Mir. Um vizinho do atleta disse ter ouvido "ruídos estranhos" e visto duas jovens "seminuas andando desorientadas" pela propriedade,quando o dia começava a raiar. Ele decidiu alertar as autoridades.
"Nesta noite louca,a Polícia Local foi à casa e acalmou o jogador de futebol. Não falam em nenhum momento de agressões sexuais,falam sobre uma briga entre um amigo de Mir e uma das vítimas",relata o jornalista.
Ao longo do dia,as mulheres foram até o hospital e,na sequência,decidiram prestar queixa. A defesa do atleta alega que as jovens foram voluntariamente à casa e que a relação sexual foi consensual.
Condenado a 4 anos e meio por estuprar uma jovem numa boate em Barcelona,Daniel Alves foi posto em liberdade em março deste ano (após 430 dias preso) depois que o jogador pagou a fiança,estabelecida pela Justiça espanhola em um milhão de euros. Além de depositar a quantia,o brasileiro teve que entregar seus dois passaportes (o brasileiro e o espanhol),se comprometer a não deixar o país e vai precisar comparecer semanalmente ao Tribunal Provincial.
De acordo com o jornal La Vanguardia,o brasileiro conseguiu a quantia por meio de empréstimos não bancários e sua advogada,Inés Guardiola,usou como garantia os 6,8 milhões de euros que o jogador tem a receber do Fisco espanhol.
Ainda de acordo com o portal,o ex-jogador brasileiro teria recorrido ao pai de Neymar,atacante do Al-Hilal,da Arábia Saudita,para pagar esse montante,mas o boato foi desmentido pelo próprio empresário.
— Como é de conhecimento de todos,em um primeiro momento,ajudei Daniel Alves,sem nenhum vínculo com qualquer processo. Neste segundo momento,em uma situação diferente da anterior,em que a justiça espanhola já decidiu pela condenação,estão especulando e tentando associar meu nome e do meu filho a um assunto que hoje não nos compete mais. Espero que o Daniel encontre junto à sua própria família todas as respostas que ele procura. Para nós,para minha família,o assunto terminou. AGORA PONTO FINAL — disse o pai de Neymar.
Vale lembrar que durante o julgamento do ex-lateral,o pai do camisa 10 da seleção brasileira cedeu 150 mil euros (cerca de R$ 800 mil,na cotação atual) para pagar uma multa que tinha como objetivo reduzir a pena de Daniel para quatro anos e meio.