2024-09-12 HaiPress
Em junho,o BCE avançou para a primeira redução das taxas diretoras desde o ciclo de subidas iniciado em julho de 2022. Já na reunião de julho,os responsáveis pela política monetária decidiram fazer uma pausa e manter as taxas.
Agora,"tudo indica que o BCE reduzirá as taxas em 25 pontos base",como destaca o BPI Research numa nota de análise. "Tanto os dados de inflação de agosto como o indicador de salários negociados para o segundo trimestre mostraram um declínio em linha com o que o BCE poderá necessitar para reduzir novamente as taxas",lê-se.
A taxa de inflação anual na zona euro fixou-se em 2,2% em agosto,de acordo com a estimativa rápida do Eurostat,um abrandamento face à taxa de 2,6% registada em julho.
Ainda assim,apesar da descida de setembro parecer uma decisão "fácil",como apelidou o governador do Banco de Portugal,Mário Centeno,as decisões para as próximas reuniões já parecem mais incertas.
"É provável que o BCE se mantenha cauteloso,fazendo depender decisões futuras de novos dados económicos,isto apesar de as novas previsões macroeconómicas que serão publicadas nesta reunião deverem fornecer já um quadro para a discussão das próximas decisões de política monetária",destaca o BPI.
Como salienta também Ricardo Amaro,analista da Oxford Economics,à agência Lusa,"o grande interesse será se a presidente [do BCE,Christine] Lagarde,abre a porta a um possível corte em outubro ou se tenta direcionar as expectativas do mercados na direção de um corte por trimestre nos encontros em que são publicadas novas previsões económicas,o que significaria que o corte seguinte seria apenas em dezembro".
A nota de análise do Rabo Bank sublinha igualmente que "outro corte de 25 pontos base na taxa é quase certo,e o foco está direcionado para o ritmo de flexibilização após a reunião" de hoje.
Atualmente,a taxa de operações principais de refinanciamento é de 4,25%,a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez situa-se nos 4,50% e a taxa de facilidade permanente de depósito é 3,75%