Casa modelo de negócio Produtos de Tecnologia Jogo ao vivo Hotéis próximos Notícias de atualidades diretriz de viagem Entretenimento Moda Vida Carro Educação Imobiliária Finanças Inteligente Pai-filho Saúde Educação Física Comida

Tênis custa 75% do salário mínimo na Argentina: veja a gangorra de preços que aflige a classe média

2024-09-15 HaiPress

Preço nas alturas assusta classe média na Argentina — Foto: Anita Pouchard Serra/Bloomberg

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 15/09/2024 - 04:00

Inflação na Argentina afeta classe média e turismo

Na Argentina,tênis custam 75% do salário mínimo,mas vinhos e carnes ainda são baratos. A inflação alta e a dificuldade do governo em controlá-la afetam a classe média. O país se tornou mais caro para locais e estrangeiros,levando argentinos a buscar produtos no exterior. A falta de confiança no programa econômico e baixa produtividade complicam a situação. Turismo estrangeiro diminui devido aos preços elevados,enquanto argentinos buscam destinos mais acessíveis.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

LEIA AQUI

No auge do inverno portenho,o economista argentino Eduardo Crespo,professor da UFRJ,passou alguns dias em Buenos Aires e precisou comprar roupa de frio. Quando viu os preços se assustou,e adquiriu o mínimo necessário.

A Argentina deixou de ser um país barato para locais e estrangeiros,e alguns produtos,entre eles calçados,eletrodomésticos e roupa em geral,são vendidos a valores que superam os de Estados Unidos e Europa.

Aerolíneas Argentinas: greve de 24 horas cancela mais de 300 voos e afeta 37 mil passageirosDar as mãos a distância: Nova tecnologia permite interação social remota; veja fotos

Recente pesquisa realizada pelo Centro de Estudos para a Recuperação Argentina da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Nacional de Buenos Aires (UBA),mostrou o aumento do custo de vida na Argentina e deu alguns exemplos.

Inflação na Argentina segue acima dos 200% ao ano — Foto: AFP

Para comprar um tênis da marca Nike,um argentino vai precisar gastar 75% do valor do salário mínimo local (em torno de R$ 1.140),contra 23% necessários nos demais países latino-americanos. Na Europa,apontou o estudo,o mesmo produto pode ser comprado com menos de 7% de um salário mínimo.

Alguns itens ainda são bem mais baratos na Argentina,entre elas vinhos e carnes. Mas o custo de vida chegou a níveis similares ao de outros países vizinhos e continua aumentando pela dificuldade do governo em controlar a inflação.

Estados Unidos: Incêndio em caminhão elétrico da Tesla gastou 190 mil litros de água para ser extinto

Nos primeiros meses de gestão,o presidente Javier Milei conseguiu conter uma escalada que,segundo economistas,poderia ter arrastado o país para uma hiperinflação. Mesmo assim,a Argentina continua com uma inflação que superou 230% nos últimos 12 meses,o que é um enorme problema para um governo que aposta na recuperação econômica para manter a popularidade.

Compras em bairro popular

Nos comércios mais informais,que conseguem driblar alguns impostos,é possível conseguir roupas mais baratas. A classe média argentina passou a frequentar muito mais o bairro de Flores,onde existe uma concentração de lojas de fabricantes de roupas que vendem os mesmos produtos que podem ser encontrados nos grandes shoppings.

Os argentinos de maior poder aquisitivo que ainda podem viajar,como o advogado Martin Correa,que acaba de voltar dos Estados Unidos,aproveitam para comprar tudo o que conseguem.

Consumidora olha os preços exibidos na vitrine de um açougue em Buenos Aires,Argentina — Foto: Anita Pouchard Serra/Bloomberg

— Fomos com quatro malas e voltamos com nove. Um tênis nos EUA custa até 40% menos do que se consegue na Argentina — comenta Correa.

Para os estrangeiros,o país ficou mais caro não apenas pela inflação,mas também pela decisão do governo Milei de evitar uma desvalorização maior do peso. Quem chega com dólares e reais têm menos vantagens do que tinha em 2023.

Previdência: China eleva idade mínima de aposentadoria pela primeira vez desde 1978

— Até o ano passado eu gastava em torno de mil dólares mensais para morar em Buenos Aires,hoje desembolso US$ 1.200. Não é um aumento absurdo,mas se sente — comenta o americano Chase Washington.

No entanto,o aumento do custo de vida o obrigou a modificar alguns hábitos.

— Quando preciso comprar roupa,ou até roupa de cama e toalhas,encomendo pela Amazon nos EUA e peço para algum amigo ou familiar trazer para mim— conta Washington.

Inovação: Dona do ChatGPT revela nova inteligência artificial capaz de 'raciocinar',entenda

Se Milei não alcançar o objetivo de ter uma inflação mensal abaixo dos 4%,o país caminha para fechar o ano com uma variação positiva dos preços acima de 60%. O governo flexibilizou o câmbio nos últimos meses,e uma eventual nova desvalorização forte do peso é um componente a mais a pressionar a inflação.

Além disso,a falta de novos investimentos produtivos e importações ainda afetadas pelos controles cambiais criam um problema de baixa oferta interna. Os preços,nesse cenário,continuarão elevados,aponta o economista Gustavo Lazzari:

— A Argentina produz pouco e ainda tem inflação alta. Uma eventual queda dos preços internos dependerá de um aumento da produtividade,que hoje parece difícil. Os empresários nacionais ainda não têm confiança no programa econômico e nas reformas.

Tecnologia: Nova startup de IA tem ator Ashton Kutcher entre os investidores

O economista lembra que produtores locais ainda “enfrentam pesada carga tributária,que impacta os preços”.

A arquiteta Agustina Alonso costuma comparar preços de produtos de que precisa para as reformas que faz em apartamentos com sites americanos como a Amazon. Nos últimos meses,ela contou,os valores cobrados por vasos sanitários,por exemplo,passaram a ficar “bem acima do que se consegue nos EUA”.

Menos turistas no país

A pesquisa realizada pela UBA indica que um argentino de classe média precisa de três salários mínimos para comprar uma cesta de consumo básica com alimentos,vestuário e combustível,entre outros itens. O custo aumenta para cinco salários se for incluído um aluguel. No caso de uma família de quatro pessoas,na Argentina são necessários seis salários mínimos,mais do que no Brasil ou Peru para ter acesso a esta cesta básica.

Mais Sobre Argentina

Modelo salvadorenho: Cidade argentina combate violência com modus operandi de Bukele

Aerolíneas Argentinas: greve de 24 horas cancela mais de 300 voos e afeta 37 mil passageiros

— Nosso país tem ciclos de preços mais baratos e mais caros do que o resto do mundo,e esses ciclos mudam rapidamente — diz Eduardo Crespo.

O economista,que mora entre Rio e Buenos Aires,destaca que “é preciso analisar cada preço porque há distorções”. O vinho continua sendo muito barato,mas os refrigerantes e a água mineral são mais caras na Argentina que no Brasil.

— O principal termômetro para sentir como a Argentina ficou mais cara é o turismo. Hoje,temos mais argentinos saindo do país que turistas entrando — diz Crespo.

Fim de produção: Maior siderúrgica do Chile suspende operações após 'invasão' de aço chinês no país

Entre janeiro e julho deste ano,dados oficiais indicam que 4 milhões de turistas chegaram ao país,contra 5,2 milhões de argentinos que viajaram pro exterior. Consultado sobre a queda do turismo estrangeiro,o Secretário de Turismo,Esporte e Meio Ambiente do governo Milei,o ex-embaixador argentino no Brasil,Daniel Scioli,avaliou que “o caminho é melhorar nossa competitividade”.

— A Argentina é um destino de qualidade,as pessoas não nos visitam porque o país é barato — concluiu Scioli.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.
©direito autoral2009-2020Turismo e Hotelaria      Contate-nos   SiteMap