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Sindicato regista 75% de adesão à greve na STCP

2024-09-17 HaiPress

"Por aquilo que os trabalhadores analisaram dos carros que saíram - saíram cerca de 90 carros nos dois lados [recolhas de Francos e Via Norte] em cerca de 400 - dá uma adesão de à volta de 75%",disse à Lusa José Manuel Silva,coordenador do STRUN,afirmando que o número "está dentro dos parâmetros" das greves anteriores.

 

Contactada pela Lusa,a empresa "não comenta quais os valores de adesão à greve nem responde a essa intenção do sindicato grevista de intentar uma 'guerra de números',lamentando sinceramente as perturbações havidas na sua oferta,com impactos severos junto dos seus passageiros e utentes".

O dirigente sindical acusou a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) de usar "uma manobra",já que na comunicação externa,para os utentes,a STCP "colocou os serviços mínimos que eram do CES [Conselho Económico e Social]".

Porém,"aos trabalhadores,por 'email',enviou os serviços mínimos do CES mais os serviços mínimos de duas horas de greve que estão a decorrer por tempo indeterminado".

"O CES é bem claro em dizer que em todo o período de greve os serviços mínimos não podem acumular com os outros",disse José Manuel Silva à Lusa.

Por este motivo,o STRUN está a analisar a possibilidade de "levantar um processo-crime à administração da empresa,porque não acatou os serviços mínimos que o CES colocou cá fora".

O sindicalista acusou ainda a STCP de ameaçar "os trabalhadores com processos disciplinares".

A empresa refere que como "existem atualmente,decretadas pelo STRUN,duas greves em curso na STCP",(uma desde novembro de 2023 e outra a de 50 horas iniciada hoje),a STCP efetuou convocatórias de serviços mínimos para cada uma delas.

"Os serviços mínimos decretados são para cumprir,sob pena de se incorrer em crime de desobediência qualificada",refere a empresa,que caso o processo do STRUN avance "defenderá a sua posição em tribunal",e "está e estará sempre na posição de defender o cumprimento das suas Obrigações de Serviço Público".

A empresa diz ainda respeitar "as decisões do Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social e os seus decretos de definição de Serviços Mínimos",e afirma instaurar processos disciplinares "sempre que se depara com infrações de caráter disciplinar".

"Não existem na STCP processos disciplinares por decreto,mas existem sim sempre que ocorram e são detetadas infrações disciplinares",refere.

Após a atual greve de 50 horas,na quarta-feira começará uma nova greve às primeiras cinco horas de serviço dos motoristas,durante dois meses.

Na sexta-feira,os sindicatos chegaram a acordo com a administração acusaram o STRUN,que ficou fora do entendimento,de faltar à verdade,defendendo que as reivindicações apresentadas refletem "ações político-partidárias",o que aquele sindicato rejeita.

Em causa estão o Sindicato Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT),Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes (SITRA),Associação Sindical Trabalhadores Transportes Coletivos Do Porto (SMTP) e Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP).

O coordenador do STRUN,José Manuel Silva,estranha o momento escolhido para este comunicado e rejeita que haja motivações político-partidárias.

"Independentemente do que as pessoas possam pensar,não há aqui partido nenhum que mande no STRUN. A direção do STRUN faz aquilo que os trabalhadores decidem,dá voz aos trabalhadores e não anda a negociar,por trás,sem os trabalhadores saberem",declarou.

O STRUN,representante de cerca de 14% dos trabalhadores da STCP,foi o único dos cinco sindicatos que não assinou nenhum acordo em 2024.

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