2024-10-20 HaiPress
A Comissão de Valores Mobiliários,o regulador de mercado e um órgão autónomo do Ministério das Finanças,disse na sexta-feira à noite,em comunicado,que existem "fortes indícios" que apontam para a negociação de ativos da empresa por parte dos arguidos antes da divulgação pública dos problemas financeiros que esta atravessava.
Aquele organismo referiu ainda,após a conclusão do inquérito,que houve uma troca de informações e de documentos com a entidade reguladora do mercado bolsista e que os suspeitos devem agora apresentar as suas defesas.
Entre os oito acusados está o antigo diretor executivo da empresa,Miguel Gutiérrez,que tem nacionalidade espanhola e brasileira e se mudou para o seu país de origem,Espanha,após o escândalo.
A Interpol deteve Gutiérrez em junho,em Madrid,em resposta a um pedido de extradição apresentado pelas autoridades brasileiras,mas a justiça espanhola ordenou a sua libertação em troca de algumas medidas cautelares,como a retenção do seu passaporte.
O 'buraco' contabilístico da Americanas está avaliado em 25 mil milhões de reais (cerca de 4,4 mil milhões de dólares ou quatro mil milhões de euros ao câmbio atual),o que levou a empresa a entrar num processo de recuperação judicial no início de 2023.
Os maiores acionistas da rede de lojas são também os homens mais ricos do Brasil: Jorge Paulo Lemann,Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira,que negaram qualquer envolvimento na fraude.
A Americanas,que chegou a ter mais de 1.800 lojas em todo o país,fechou dezenas de estabelecimentos desde que o escândalo estourou,numa tentativa de equilibrar as contas.