2024-10-29 HaiPress
"Não estamos de acordo com esse procedimento,pois achamos que estas questões são muito delicadas e têm de ser ponderadas e discutidas com os agricultores",disse hoje à agência Lusa o presidente da ACOS,Rui Garrido.
Em causa está a decisão,por parte da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA),de cortar água aos agricultores que tenham excedido os limites da dotação atribuída para o ano agrícola em curso.
Segundo noticiou o jornal Público,na passada semana,já foram enviados pela EDIA 27 ofícios com aviso de "incumprimento" das dotações de rega estabelecidas,o que tem motivado contestação por parte dos agricultores.
Esta situação levou a ACOS a enviar,a 11 de setembro,uma missiva,por correio eletrónico,ao ministro da Agricultura,José Manuel Fernandes,a "discordar de tal procedimento",depois de o ter feito "pessoalmente".
Nesse e-mail,explicou a ACOS,foi dado o exemplo de "algumas associações de regantes geridas pelos agricultores,como é o caso da Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas",no concelho de Ferreira do Alentejo,"que tratam esta situação de carência de água para rega sem recorrerem a cortes radicais,conforme decisões tomadas em assembleias-gerais de regantes".
Segundo Rui Garrido,Odivelas "é um perímetro gerido pelos agricultores,que,nas suas assembleias,discutem os problemas e veem como enfrentar esta questão".
"É um procedimento diferente de receber uma carta,em que se comunica que já ultrapassou a dotação que estava preestabelecida e que lhe vão cortar a água",acrescentou.
O presidente da ACOS disse ainda que,"já no ano passado",a associação chamou "a atenção" para este mesmo assunto.
"Mas,pelos vistos,não ganhámos nada,portanto o assunto tem agora de ser falado a outro nível",notou.
Por se tratar de "um assunto muito sensível,que pode ter repercussões económicas graves e que carece de adequada ponderação,esperamos discuti-lo com o ministro da Agricultura numa próxima reunião que já foi solicitada",argumentou o presidente da ACOS.