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Entenda como o aquecimento global tem colocado em risco o turismo nos Alpes austríacos

2024-11-05 HaiPress

O abrigo para montanhistas Zittel e o Observatório Sonnblick na montanha Hoher Sonnblick,perto de Rauris,nos Alpes austríacos — Foto: Kerstin Joensson / AFP

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GERADO EM: 04/11/2024 - 18:39

Ameaça do Aquecimento Global nos Alpes Austríacos

O aquecimento global ameaça o turismo nos Alpes austríacos,com aumento de temperatura levando ao fechamento de cabanas e trilhas. As mudanças climáticas aceleram o derretimento do gelo,causando perigos como desprendimentos de terra. Investimentos dobraram para manter as trilhas,mas falta de financiamento coloca em risco a infraestrutura. O governo prometeu apenas uma fração do fundo de emergência solicitado. O observatório Sonnblick alerta para a situação crítica devido ao aumento das temperaturas.

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A cabana Zittel,em um pico nevado nos Alpes,na Áustria,resistiu a muitas tempestades no último século. No entanto,o clima cada vez mais extremo e a falta de financiamento colocam em risco este lugar centenário.

Os especialistas afirmam que as temperaturas mais altas nos Alpes são causadas pelas mudanças climáticas que aceleram o derretimento das geleiras e do permafrost,a camada de gelo permanente em zonas frias que mantém unidas gigantes placas de rocha.

Isto intensifica o perigo de desprendimentos repentinos de terra ou pedras,que causam danos nos caminhos e colocam em risco as cabanas,já envelhecidas. Devido a isso,até quatro clubes de alpinismo são fechados todos os anos,já que sua manutenção é muito cara.

Como o país depende em grande escala do turismo de montanha,os investimentos para manter as trilhas “dobraram nos últimos cinco anos”,acrescenta Georg Unterberger,gerente das cabanas e trilhas de montanha do clube Austrian Alpine.

A cada ano,cerca de um milhão de pessoas visitam as mais de 200 cabanas de montanha operadas pelo Austrian Alpine Club,o maior do país.

Perigo de avalanche

A trilha que leva à cabana Zittel,na montanha Sonnblick,de 3.106 metros de altura,na região de Salzburgo,sempre foi muito difícil,mas “agora está ainda mais perigosa”,diz Unterberger.

Às vezes,os montanhistas precisam de equipamentos de escalada,como cordas e degraus de aço na trilha,pois o derretimento da geleira que antes chegava à cabana popular trouxe à tona faces íngremes de rocha e vastos escombros.

Na parte superior,as fundações dilapidadas do abrigo e as telhas de madeira desgastadas pelo tempo precisam urgentemente de renovação e isolamento térmico.

Anos atrás,o derretimento do permafrost já ameaçava a cabana e o observatório adjacente,uma das estações meteorológicas mais altas do mundo,porque o pico da montanha corria o risco de desabar.

Para evitar isso,os trabalhadores colocaram âncoras de aço 20 metros abaixo da montanha e reforçaram o cume com reforços de concreto.

Atualmente,a montanha é estável,ainda que não garanta a necessidade de outras medidas no futuro.

No entanto,é necessário mais dinheiro para solucionar os problemas de infraestrutura nos Alpes austríacos,com 272 das 429 cabanas de montanha e 50 mil quilômetros de trilhas que precisam de reparos.

Em uma petição feita este ano,os clubes alpinos,sem dinheiro,pediram ao governo um fundo de emergência de 95 milhões de euros (R$ 598 milhões na cotação atual). O governo prometeu,até em então,apenas 3 milhões de euros (R$ 18,8 milhões na cotação atual).

— Muitos dos nossos 25 mil voluntários têm mais de 65 anos e recrutar pessoas mais jovens está sendo um desafio — diz Unterberger,que vê uma tendência ao "micro voluntariado" de algumas horas ou um dia,mas não mais do que isso.

'Situação realmente crítica'

O observatório Sonnblick,adjacente à cabana Zittel,tem medido e documentado as variações climáticas desde sua inauguração em 1886.

O centro vem medindo a temperatura no cume há 138 anos,a mais longa série ininterrupta de dados de altitude do mundo.

Esses números ajudam os cientistas a refinar seus modelos climáticos e também fornecem um vislumbre do futuro.

Desde a década de 1950,todas as regiões de alta montanha,como “os Alpes,o Himalaia,os Andes ou as Montanhas Rochosas já registraram um aumento na temperatura média anual de mais de 2°C”,o dobro da média global,disse à AFP a chefe do observatório,Elke Ludewig.

“Embora seja bom ainda ver neve e geleiras,estamos enfrentando uma situação realmente crítica devido à taxa de aumento das temperaturas” nesses ecossistemas,adverte.

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