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Desigualdade de gênero no G20: mulheres enfrentam mais barreiras no comércio internacional

2024-11-14 HaiPress

B20,um dos grupos sociais do B20 — Foto: Arte O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 13/11/2024 - 16:11

Desigualdade de Gênero no Comércio Internacional do G20

Novo relatório do B20 revela desigualdade de gênero no comércio internacional do G20. Mulheres enfrentam mais barreiras,como dificuldades de financiamento e acesso a mercados. Empresas lideradas por mulheres sofrem mais rejeições de crédito. Iniciativa visa promover políticas públicas e inclusão feminina no comércio para impulsionar crescimento econômico e empoderamento. A paridade de gênero ainda é um desafio global.

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Responsáveis por quase 80% do comércio internacional,as economias do G20 ainda têm uma participação muito desigual de homens e mulheres nos seus quadros. Do chão de fábrica ao topo da cadeia. Os indicadores variam de país para país. Mas as razões parecem se repetir. Raio-X inédito da presença feminina no comércio internacional ao qual o GLOBO teve acesso mostra que 43% das mulheres admitem enfrentar problemas para exportar. É o dobro do percentual de homens. Quase 63% delas garantem que acesso a financiamento e crédito são desafio. Essa é a queixa de 40% deles. A lista é longa.

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Mas,pela primeira vez,está consolidada em um único banco de dados. O relatório “Desafios Enfrentados por Mulheres e Empresas de Mulheres no Acesso a Mercados Internacionais”,elaborado sob a liderança do B20,o grupo de engajamento do setor privado,foi entregue ao presidente Lula nesta segunda-feira e será divulgado nos próximos dias. A ideia é que seja ponto de partida para as discussões sobre políticas públicas no âmbito do grupo daqui para frente.

— Foi uma tarefa feita a muitas mãos,uma parceria internacional para enfrentar o problema. O objetivo não tentar reinventar a roda,mas partir de gargalos que já existem,mas nunca reunidos com o recorte do G20 — disse ao GLOBO a sherpa do B20,Constanza Negri.

O documento é resultado de 1.346 entrevistas realizadas em 19 economias do grupo (Argentina,Austrália,Brasil,Canadá,China,França,Alemanha,Índia,Indonésia,Itália,Japão,México,Rússia,Arábia Saudita,África do Sul,Coreia do Sul,Turquia,Reino Unido e Estados Unidos).

E é parte do legado que o setor privado pretende deixar para os trabalhos do G20,junto com um compêndio de boas práticas nas economias do grupo. Por interesses próprios. As empresas são cada vez mais cobradas pela presença feminina e deram-se conta de que sua participação aumenta a produtividade.

Só que empresas de mulheres enfrentam 50% mais rejeições a linhas de crédito para comércio do que aquelas que pertencem a homens. Seis em cada dez mulheres relataram enfrentar desafios para encontrar,negociar e fechar oportunidades internacionalmente,em comparação com cerca de quatro em cada dez homens.

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Os principais obstáculos identificados foram a falta de informações sobre como abordar clientes internacionais (28%) e sobre onde e como promover seus negócios (25%). Também apontam a falta de habilidades de negociação (19%).

Entre as principais barreiras ainda identificam os altos custos para participar de eventos de networking (28%),a falta de informações sobre essas oportunidades (21%) e as limitações de tempo devido a compromissos de trabalho (18%). As mulheres também mencionaram compromissos de cuidado com o lar e a família como um desafio. Em comparação com os homens,essa preocupação foi nove vezes mais frequente nas respostas femininas.

Para Negri,fica comprovado com dados objetivos que o comércio,notadamente essencial para o crescimento econômico,gera benefícios que não são usufruídos pelo conjunto da sociedade de maneira igual.

A desigualdade de gênero foi tema que passou pelas 15 forças-tarefa do G20. Pela primeira vez na história,o grupo de comércio e investimentos tratou de mulheres no comércio internacional como prioridade individual,destacada nas discussões. Ao longo da história,se falou de inclusão com empresas de menor porte e mulheres,mas,o tema ganha destaque como prioridade.

O relatório lembra que "as empresas que exportam são menos vulneráveis ​​à mudanças na economia local,ganhando maior resiliência. Também se beneficiam do conhecimento e da transferência de tecnologia,o que aumenta sua produtividade,competitividade,e o acesso a vários mercados. Consequentemente,promover a participação de empresas pertencentes e lideradas por mulheres no comércio pode ser estratégia relevante para fortalecer a participação econômica e o empoderamento das mulheres”.

De acordo com o Relatório Global sobre Desigualdades de Género do Fórum Económico Mundial (WEF),a paridade de gênero continua a ser um caminho desafiador,e nenhum país conseguiu ainda atingir a plena igualdade.

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