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Censo 2022: 14 dos 24 bairros com mais de cem mil habitantes do Brasil ficam no Rio

2024-11-15 HaiPress

Calçadão de Campo Grande — Foto: Fabiano Rocha

RESUMO

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GERADO EM: 14/11/2024 - 22:28

Crescimento Demográfico no RJ: Desafios e Oportunidades

O Censo 2022 revela que 14 dos 24 bairros mais populosos do Brasil estão no Rio de Janeiro,com destaque para o crescimento da Zona Oeste. Enquanto Copacabana e Tijuca encolhem,bairros como Campo Grande e Santa Cruz se destacam. A Rocinha é a maior favela do país,enquanto cidades do interior do RJ também registram aumento populacional. As mudanças refletem um cenário de boom imobiliário e demográfico na região,com desafios e oportunidades para o desenvolvimento urbano.

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Dados demográficos divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a cidade do Rio,apesar de ter perdido moradores na última década,tem oito dos dez bairros mais populosos do país. Os quatro primeiros da lista são cariocas e da Zona Oeste: Campo Grande,Santa Cruz,Jacarepaguá e Bangu,respectivamente. A capital fluminense também é o município com a maior quantidade de bairros entre aqueles com mais de 100 mil habitantes: são 24 em todo o país,sendo 14 no Rio.

Censo 2022: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil e é mais populosa que 91% dos municípios do paísNovo cenário: Capital perde favelas,mas interior do RJ tem aumento; Angra,Arraial do Cabo e Teresópolis estão entre as mais favelizadas pelo Censo 2022

O crescimento da região até ajuda a explicar o porquê de a cidade ter tantos bairros entre os mais populosos. Mas o demógrafo José Eustáquio Alves explica que a divisão geográfica do município impulsiona os números:

— O Rio tem cerca da metade da população de São Paulo,mas possui somente 165 bairros contra 472 da capital paulista. E os que estão na Zona Oeste são os que têm maior extensão.

Copacabana encolheu

Os números preliminares do Censo 2022 já haviam detectado o crescimento de bairros da Zona Oeste da cidade,enquanto os da Zona Norte e Sul perdiam moradores. A região viveu um boom habitacional na década passada com a construção de diversos empreendimentos imobiliários e a expansão de favelas.

Essas mudanças refletiram no ranking. No Censo 2010,Copacabana,na Zona Sul,era o nono bairro com mais moradores do país. A nova pesquisa,feita 12 anos depois,mostra que o cartão postal perdeu 17 mil habitantes e caiu para 13º lugar na lista. A Tijuca,na Zona Norte,também viveu um êxodo: o Censo detectou quase 21 mil pessoas a menos,fazendo com que caísse de sexto para décimo bairro brasileiro com mais moradores.

Enquanto isso,os bairros da Zona Oeste foram recebendo novos habitantes. Só em Campo Grande são 23 mil pessoas a mais em 12 anos. O bairro se consolidou como o maior do país com 352 mil moradores; caso fosse uma cidade,seria maior que 98% dos municípios brasileiros,como as capitais Vitória,no Espírito Santo,e Palmas,no Tocantins.

Outra mudança no ranking de mais populosos foi o crescimento de Santa Cruz,que ultrapassou Bangu e assumiu a vice-liderança da lista. Já Jacarepaguá cresceu 38% e conquistou o posto de terceiro bairro brasileiro com mais moradores.

Formada por 18 sub-bairros,Guaratiba,também na Zona Oeste,foi outra que teve o crescimento constatado pelo IBGE. O bairro,que sofre historicamente com problemas de infraestrutura,sobretudo causados por chuvas,quase dobrou de tamanho entre os Censos,chegando a quase 160 mil moradores — superando até as vizinhas Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes.

Na semana passada,o IBGE divulgou os dados sobre as favelas brasileiras,mostrando que a Rocinha,permanecia como a maior do país. A definição de favela do IBGE não inclui alguns conjuntos habitacionais do Rio reconhecidos pela população como comunidade — como parte da Gardênia Azul,na Zona Oeste — ou une as comunidades nos chamados complexos.

No entanto,os dados de bairros contemplam algumas dessas favelas. O bairro da Maré,por exemplo,possui quase 125 mil moradores; e a Cidade de Deus,30 mil habitantes. Juntas,as duas perderam dez mil moradores em 12 anos.

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