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Sky, de TV por assinatura, amplia negócios para internet por satélite e energia solar no Brasil

2024-11-19 HaiPress

Dario Werthein,presidente do Grupo Werthein,que opera a Sky — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 18/11/2024 - 17:52

"Sky da VRIO.Corp investirá R$1 bi no Brasil para competir com Starlink de Elon Musk"

A Sky,operada pela VRIO.Corp,planeja investir R$ 1 bilhão no Brasil até 2026,ampliando seus negócios para internet via satélite,energia solar,financeiro e seguros. A parceria com a Amazon visa competir com a Starlink de Elon Musk. A empresa busca diversificação devido à queda de clientes de TV por assinatura,apostando em soluções para inclusão digital e expansão na América Latina.

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A Sky,que é operada pela VRIO.Corp,quer ampliar sua atuação além da TV por assinatura via satélite. Presente em 99% do território brasileiro e com 4 milhões de clientes no maior país da América Latina,a empresa vem investindo em novos serviços,que vão do setor financeiro e de seguros até a venda de energia solar e a oferta de internet por satélite.

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É uma estratégia para diversificar os negócios e depender menos de um mercado que vem encolhendo. O número de clientes de TV por assinatura no Brasil vem caindo ano a ano com a ascensão do streaming. Passou de 10,9 milhões de usuários em setembro de 2023 para 8,6 milhões em setembro deste ano,de acordo com dados da consultoria Teleco com base da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). É uma queda de 21%.

Em visita ao Rio para participar do B20,evento paralelo à cúpula de chefe de Estados do G20 e que reúne representantes do setor empresarial,Dario Werthein,que controla a VRIO.Corp, destaca que o objetivo da ampliação do plano de negócios é se antecipar às mudanças do consumidor.

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— Temos planos para investir R$ 1 bilhão no Brasil até 2026,tanto na Sky,com conectividade,TV e streaming,quanto para ampliar o portfólio de negócios no Brasil,com novas marcas e empresas. Resolvemos aumentar nossa presença na América Latina,tendo o Brasil como base de expansão regional — conta Werthein,destacando que,além da Sky no Brasil,o grupo opera a Directv na América Latina,somando um total de 10 milhões de clientes na região.

Agenda contra a exclusão digital no G20

Werthein é copresidente do Grupo de Transformação Digital do B20 e apresentou,no domingo,uma série de recomendações aos líderes do G20 para reduzir a exclusão digital,aumentar a conectividade em áreas remotas e propor regulamentações para a inteligência artificial.

No Brasil,sua empresa se prepara para entrar no mercado de internet via satélite,hoje dominado pela Starlink,de Elon Musk. Para isso,fechou em junho uma parceria com a Amazon no projeto Kuiper,programa ambicioso da big tech americana para criar uma rede de satélites em órbita baixa (mesma tecnologia usada pela Starlink).

O projeto Kuiper planeja lançar seus primeiros satélites na Argentina em 2025 e,além do Brasil,mira também outros cinco países da América do Sul: Chile,Uruguai,Peru,Equador e Colômbia. A Sky será a parceira regional do projeto.

No Brasil,a Starlink detém apenas uma fração do mercado de banda larga,com seus 265 mil clientes em setembro representando apenas 0,5% do total de usuários. Mas a empresa de Musk é a principal fornecedora de serviços de internet via satélite,com uma participação neste mercado de 46%.

A VRIO também criou a fintech SKX,em associação com a Infratec,que possui licença do Banco Central para dar suporte às suas operações financeiras,como abertura de conta e acesso a cartões de crédito e débito. 

—Temos planos de expansão para toda a América Latina a partir de 2025. Hoje,temos uma série de soluções para aumentar o acesso aos recursos digitais e muitos estudos sobre o assunto sendo desenvolvidos. No caso do projeto Kuiper,nosso plano é chegar a sete países da América do Sul no ano que vem. Em regiões com pouca conectividade,por exemplo,a TV via satélite ainda é o único meio de informação e entretenimento — ressalta Werthein.

Ele vê potencial para ampliar a inclusão digital. Lembra que,de acordo com dados do Banco Mundial,atualmente na América Latina,220 milhões de pessoas não têm conectividade significativa.

— No Brasil,o último levantamento,de 2023,apontava que 5,9 milhões de domicílios brasileiros não utilizavam a internet. São números desapontadores. A ausência de conectividade e a exclusão digital são catalisadores da desigualdade social,financeira,cultural e educacional. É preciso mecanismos de subsídio à demanda,principalmente nas áreas rurais,bem como a redução de custos nas áreas mais remotas.

Energia solar por assinatura

A diversificação da empresa no Brasil envolve ainda a concessão de crédito para energia solar aos assinantes,por meio de parcerias com distribuidoras de eletricidade. Dessa forma,destaca o executivo,a Sky garante o acesso à energia solar por assinatura,com descontos na conta mensal de luz e economia de até 10%.

O serviço está disponível,até o momento,em Minas Gerais,Mato Grosso,Rio de Janeiro,São Paulo,Ceará,Espírito Santo,Bahia,Goiás e Rio Grande do Sul.

Em outra frente,a VRIO.Corp criou a Overlabs,que oferece consultoria,serviços e desenvolvimento de softwares e aplicações para outras empresas,com foco na redução de custos operacionais:

— Vejo muitas oportunidades no Brasil. Temos a Sky Fibra (de internet de fibra ótica) que hoje está presente em mais de 400 cidades brasileiras e que continuamente se expande,chegando a novas regiões. O processo de transformação digital que estamos vivenciando altera os hábitos de consumo e traz novas demandas para o mercado — afirma o executivo.

Inteligência artificial com responsabilidade

No âmbito do G20,ele destaca que o avanço da inteligência artificial é um dos temas prioritários tratados pela força-tarefa de Transformação Digital do B20. Entre as recomendações feita pelo grupo ao G20,está a exploração "de maneira responsável" do potencial transformador da IA.

— Não há dúvidas de que a inteligência artificial é uma importante aliada na inclusão digital,mas é preciso estarmos atentos a como a IA coleta e usa os dados,quais são os limites desse uso,além de controlar ativamente possíveis discriminações ou discursos de ódio gerados pelos algoritmos,e a proliferação de fake news. Para que consigamos este avanço,precisamos investir em leis,mas também em capacitação digital. Só assim conseguiremos explorar o melhor da tecnologia e,de fato,usá-la como ferramenta inclusiva — destaca Werthein.

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