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Crítico de Biden por perdão a filho, Trump já concedeu indulto a parente, assim como Clinton; veja casos

2024-12-02 HaiPress

Ex-presidente dos EUA,Donald Trump (E),e atual presidente,Joe Biden,possíveis candidatos na disputa pela Casa Branca — Foto: Tannen Maury e Brendan Smialowski / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 02/12/2024 - 06:40

Perdão Presidencial de Biden a Hunter: Controvérsias e Críticas

Donald Trump e Bill Clinton já concederam perdões presidenciais a parentes,como Biden fez com seu filho Hunter. Trump perdoou o sogro de sua filha,enquanto Clinton beneficiou seu meio-irmão. Biden justificou o perdão a Hunter alegando que as condenações foram politicamente motivadas. Hunter,condenado por mentir sobre o uso de drogas,recebeu perdão total e incondicional. O episódio gerou controvérsias e críticas.

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O presidente eleito dos Estados Unidos,Donald Trump,que criticou a decisão do atual mandatário,de emitir um indulto presidencial para o próprio filho Hunter Biden,também perdoou um parente quando ocupou pela primeira vez a Casa Branca. Perto do fim do mandato,em 2020,o republicano concedeu clemência ao sogro de sua filha Ivanka Trump,Charles Kushner,pai de Jared Kushner. Recentemente,Trump afirmou que pretende nomear o ex-condenado para ser embaixador na França.

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Charles Kushner havia sido condenado a dois anos de prisão em 2005,por sonegação fiscal,doações ilegais de campanha e coação de testemunhas. As investigações apontaram que o sogro de Ivanka contratou uma prostituta para seduzir o cunhado e enviado um registro do encontro para a irmã.

Trump e Biden não foram os primeiros presidentes dos Estados Unidos a usarem a prerrogativa do chefe da Casa Branca para beneficiar parentes. O ex-presidente democrata Bill Clinton perdoou seu meio-irmão Roger antes do fim do segundo mandato. Roger Clinton Jr. havia sido condenado por um crime relacionado à cocaína em 1985,acusação da qual se declarou culpado.

O pai de Jared Kushner e o irmão de Clinton receberam o perdão depois de ficarem um tempo na prisão. Hunter Biden,por sua vez,ainda não havia passado pela audiência de sentença.

O filho de Biden havia sido condenado em um processo federal por mentir sobre o uso de drogas para comprar uma arma e processado por evasão fiscal — acusação da qual se declarou culpado. Trump classificou a medida do democrata como um "abuso" e comparou a situação com a de seus apoiadores presos após a invasão ao Capitólio,em 6 de janeiro de 2021. Chamou-os de "reféns",em meio à expectativa de que recebam do futuro chefe da Casa Branca um perdão semelhante.

"O perdão dado por Joe a Hunter inclui os reféns J-6,que estão presos há anos? Que abuso e erro judiciário!",postou o presidente eleito,na plataforma Truth Social.

Anunciado neste domingo,o indulto de Biden funciona como um perdão total e incondicional aos atos praticados pelo filho entre 1º de janeiro de 2014 e 1º de dezembro de 2024.

Prestes a deixar a Casa Branca após desistir de concorrer à reeleição e ver Kamala Harris ser derrotada por Donald Trump nas urnas no mês passado,Biden utilizou o poder do cargo em benefício do próprio filho. Em um comunicado divulgado pela equipe do presidente,ele argumenta que Hunter teria sido condenado em um julgamento politicamente motivado,o que justificaria a clemência concedida.

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"Nenhuma pessoa razoável que analise os fatos dos casos de Hunter pode chegar a qualquer outra conclusão além de que ele foi alvo apenas porque é meu filho — e isso está errado",disse o presidente em um comunicado,chamando a condenação do filho de "desvio judicial".

Hunter Biden foi condenado no início deste ano por mentir sobre uso de drogas ao comprar uma arma,o que é crime nos Estados Unidos,o que o tornou o primeiro filho de um presidente em exercício a ser julgado e condenado criminalmente. Os fatos pelo qual foi condenado se passaram em 2018,quando ele passou por uma fase de abuso de uso de drogas,incluindo crack — informação que omitiu ao preencher um formulário federal para a compra de uma arma de fogo.

À época da condenação,Hunter se disse "decepcionado" com a decisão.

Outro processo criminal contra o filho mais novo de Biden — Beau,o filho mais velho,morreu em 2015 vítima de um câncer no cérebro — o acusada do não pagamento de US$ 1,4 milhão (R$ 8,3 milhões no câmbio atual) em impostos nos anos fiscais de 2016 a 2019,enquanto mantinha um estilo de vida luxuoso. As acusações incluiam três crimes graves e seis delitos fiscais,com pena de até 17 anos de prisão. Em setembro,ele se declarou culpado das acusações.

Hunter Biden,filho do presidente Joe Biden — Foto: Robyn Beck / AFP

Enquanto o filho enfrentava as acusações na Justiça,Biden afirmou repetidamente que não interferiria em seus problemas legais. A secretária de imprensa da Casa Branca chegou a declarar que Biden não concederia um perdão a Hunter,em um discurso em setembro.

"Eu disse que não interferiria nas decisões do Departamento de Justiça e cumpri minha palavra,mesmo enquanto assistia ao meu filho sendo processado de forma seletiva e injusta",disse Biden no comunicado deste domingo. "As acusações nos casos dele surgiram apenas depois que vários dos meus oponentes políticos no Congresso as instigaram para me atacar e se opor à minha eleição".

Não é a primeira vez que um presidente usa seu poder executivo para comutar a sentença de um membro da família. Em seu último dia no cargo,o presidente Bill Clinton perdoou seu meio-irmão Roger Clinton por acusações envolvendo uso de cocaína. Um mês antes de deixar o cargo em seu primeiro mandato,Trump perdoou o pai de seu genro Jared Kushner,por sonegação fiscal e outros crimes.

Ao mesmo tempo,os casos criminais contra o presidente eleito Trump foram suspensos após uma decisão abrangente da Suprema Corte sobre imunidade presidencial — praticamente garantindo que o republicano provavelmente nunca verá a prisão,mesmo após sua histórica condenação por falsificação de registros comerciais em maio.

"Eu acredito no sistema de justiça,mas,enquanto luto com essa questão,também acredito que a política crua infectou esse processo e levou a um desvio judicial",acrescentou Biden.

Após o anúncio de Biden,Hunter emitiu uma declaração própria.

"Admiti e assumi a responsabilidade pelos meus erros durante os dias mais sombrios do meu vício — erros que foram explorados para humilhar e envergonhar publicamente a mim e minha família por esporte político",disse ele. "Nunca tomarei a clemência que me foi dada hoje como garantida e dedicarei a vida que reconstruí para ajudar aqueles que ainda estão doentes e sofrendo".

Hunter expressou alívio,mas também alguma amargura sobre o que percebeu como um processo desnecessário,depois que seu pai lhe disse que ele estava sendo perdoado quando a família se reuniu em Nantucket,Massachusetts,para o feriado de Ação de Graças,de acordo com duas pessoas familiarizadas com a situação. (Com AFP e NYT)

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