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Entrevista: 'Juro alto atrapalha não só a construção', diz empresário por trás de megaprojeto imobiliário em SP

2025-02-06 HaiPress

O empresário Adalberto Bueno Netto é fundador do grupo imobiliário de mesmo nome,que acaba de completar 50 anos de atividade. — Foto: Divulgação

RESUMO

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GERADO EM: 05/02/2025 - 23:25

Empresário destaca demanda reprimida no mercado imobiliário de SP para o Parque Global de R$14,2 bi com enfoque em sustentabilidade e inclusão.

Empresário por trás do Parque Global em SP destaca demanda reprimida no mercado imobiliário. Projeto de R$14,2 bilhões inclui torres residenciais,hospital,inovação e áreas verdes. Desafios incluíram atraso por questões ambientais. Enfoque em sustentabilidade e inclusão. Mercado aquecido atribuído ao avanço da renda no país. Juros altos e escassez de mão de obra são desafios. Escola Senai no projeto visa suprir necessidade por especialização.

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Considerado o maior projeto em desenvolvimento do mercado imobiliário da América Latina,com Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 14,2 bilhões,o Parque Global,em São Paulo,terá suas cinco torres de apartamentos residenciais prontas este ano. Por trás da empreitada está Adalberto Bueno Netto,fundador do grupo imobiliário de mesmo nome,que acaba de completar 50 anos.

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São 22 anos desde que o terreno foi comprado por ele. Além dos apartamentos (que custam em torno de R$ 4 milhões,mas podem chegar a R$ 12 milhões),o bairro planejado,que fica às margens da Marginal Pinheiros,terá uma unidade do Hospital Albert Einstein,um centro de inovação e ensino,um hotel,uma estação da linha Ouro do Metrô e 58 mil metros quadrados de área verde.

O empresário diz,em entrevista ao GLOBO,que o mercado imobiliário está aquecido atualmente porque a renda avançou no país sem que a oferta de imóveis acompanhasse a demanda,do segmento de luxo ao popular.

Este ano ficam prontas as duas últimas torres residenciais do Parque Global. Como o senhor se sente depois de 22 anos de ter comprado o terreno?

É a obra da minha vida e um empreendimento único numa área urbana. É um terreno de 11 alqueires,ou 256 mil metros quadrados. Em 2013,fizemos o lançamento e foi um grande sucesso.

Como são os apartamentos?

Os apartamentos vão de 146 até 380 metros quadrados. Dúplex e coberturas chegam a 600 metros. O valor do metro quadrado está em torno de R$ 25 mil a R$ 26 mil,e chega a R$ 30 mil para os apartamentos mais altos. A quarta torre está sendo entregue agora e a quinta torre vai ser entregue até o fim do ano. Já temos mais de 90% vendidos.

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Além da segurança,as 600 famílias que vão morar no local tem à disposição cinco piscinas,pista de boliche,estúdio de pilates,quadras de tênis e um wine bar coletivo. Fizemos as cinco torres em parceria com Jorge Pérez,CEO da americana Related Group,conhecido como o rei dos condomínios de Miami.

Houve um atraso de quase nove anos porque o Ministério Público considerou que poderia haver contaminação do solo...

A aprovação foi demorada. Nós fizemos todas as sondagens,uma bateria de testes e vimos que não havia nenhum poluente externo. Fizemos o reconhecimento completo dos subsolos e não foi encontrado nada,a não ser materiais orgânicos do próprio Rio Pinheiros. Essa área nunca foi ocupada,mas,mesmo assim,fizemos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público e aprovamos o projeto. Demorou quase nove anos para ter essa aprovação. O ambiente de negócios,às vezes,é assim.

Esse modelo de bairro planejado é uma tendência para o futuro?

Não diria que é uma tendência,porque não conheço outro terreno igual a esse numa área urbana. Quando você cria esse bairro,você tem a possibilidade de programar tudo. Planejamos esse bairro para a pessoa fazer tudo a pé em dez minutos,para se livrar do trânsito. Ter privacidade e segurança. Vamos plantar aqui mais de 30 mil árvores. A gente vai ter linha do metrô,vai ter ponto de ônibus,queremos colocar banheiros públicos. É um modelo do que deveria ser um bairro realmente verde.

A despoluição do Rio Pinheiros foi fundamental,não?

Fundamental. Eu já andava muito de bicicleta na ciclovia do Pinheiros e era um esgoto a céu aberto no meio da cidade. E a gente sempre reclamando. Juntamos um grupo de dez empresas e fomos ao governo do estado,na época do Geraldo Alckmin. O valor do projeto de despoluição era de US$ 2,6 milhões. Depois,o Alckmin saiu e assumiu o João Doria. O projeto voltou e o resultado foi ficando visível. Depois veio o Parque Mario Covas,que foi nossa contribuição para a cidade.

O construtor tem de ter responsabilidade com a sustentabilidade do bairro em que constrói?

Sempre tive espírito de colaboração. Na Vila Olímpia,na Zona Oeste de São Paulo,onde construí 26 prédios,fundamos a associação Colmeia para melhorar o bairro. Estou lá há 17 anos. Era uma área que alagava,ruas muito compridas e sem escoamento adequado.

E como o cliente mudou nestes 50 anos em que o grupo atua no mercado imobiliário?

Pode ser o cliente do Minha Casa,Minha Vida (MCMV) ou do Parque Global. A realidade é uma ponta só. Acabamento bem feito todo mundo sabe reconhecer. No luxo,o brasileiro agora tem conhecimento,com todo mundo viajando. Por exemplo,entre as torres do Parque Global cada uma tem uma essência,que dá um cheiro característico a cada prédio quando você entra. É o conceito de hospitalidade com excelência.

A Benx,construtora do grupo,atua tanto no segmento de alto luxo quanto no Minha Casa,minha Vida? É possível fazer um produto do MCMV mais inclusivo?

O Minha Casa,Minha Vida tem várias características. Há prédios de três e quatro andares sem elevador. Isso eu não faço. Não acho inclusivo. A pessoa compra um apartamento,demora 30 anos para pagar. Se ele tem 30,vai ter 60 anos quando terminar o financiamento. Será que pode subir quatro andares?

E o que a Benx faz?

Criamos uma construção que seja mais barata e que possa ser mais inclusiva. Buscamos bairros que tenham transporte coletivo,metrô de preferência. Todos têm de ter piscina,academia,lavanderia. São produtos pequenos,de um dormitório,de 27 metros quadrados,e dois dormitórios,de 34 metros. É um produto que desenvolvemos e funciona. Há mais de 100 mil unidades dessas em São Paulo. Empresarialmente,a gente tem que ter responsabilidade,uma consciência muito mais coletiva,de meio ambiente,pensar em ensino,na saúde.

O grupo está focado no mercado de São Paulo ou atua em outros estados?

Já atuamos em outros estados,no Rio,na Bahia. Mas o mercado de São Paulo é tão grande que nos concentramos aqui. É um mercado altamente competitivo,todas as construtoras estão aqui. Se você errar a mão,não ganha dinheiro.

O mercado imobiliário está aquecido no país. A que o senhor atribui isso?

São Paulo é um polo de atração. Se alguém precisa de médico,quer estudar,lazer,cultura,vem para São Paulo. Então,a demanda por imóveis continua alta na cidade. Mas o mercado cresceu no país também com a alta do poder aquisitivo. O dinheiro se espalhou muito mais. O agronegócio é o melhor exemplo. Existem muitas cidades crescendo,Goiânia,por exemplo,com o poder agrícola. O poder aquisitivo é muito grande. Quando o Minha Casa,Minha Vida (em 2009) começou havia um déficit de 7 milhões de unidades. Foram entregues milhões,e o déficit continua o mesmo. A demanda cresce e não é atendida.

Os juros altos podem impactar esse ciclo?

Não tem como dizer que não atrapalha. Juro alto sempre atrapalha não só a construção civil como toda a indústria. O empresário pagando esse juro precisa tomar muito cuidado. As margens de ganho são pequenas e você não pode se endividar. Nossa empresa não tem endividamento.

Como está a questão da mão de obra no setor?

Acabamos de montar aqui na obra do Parque Global uma escola do Senai para criar mão de obra especializada. Quando começarem as obras do shopping,em alguns meses,serão 2 mil pessoas trabalhando ao mesmo tempo. Os salários subiram muito,o que é bom,mas falta gente. Um bom pedreiro,carpinteiro hoje ganha na faixa de R$ 10 mil aqui.

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