Casa modelo de negócio Produtos de Tecnologia Jogo ao vivo Hotéis próximos Notícias de atualidades diretriz de viagem Entretenimento Moda Vida Carro Educação Imobiliária Finanças Inteligente Pai-filho Saúde Educação Física Comida

Da festa para guerra em Beirute

2024-08-08 HaiPress

Foto mostra consequências de ataque militar israelense a edifício no subúrbio sul de Beirute,no Líbano — Foto: ANWAR AMRO / AFP

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 08/08/2024 - 04:30

Tensões políticas aumentam risco de guerra no Líbano

Em meio a desejos de festa,libaneses enfrentam risco de guerra com Israel devido a tensões políticas e históricas. Enquanto preferem a paz,país fragilizado pelo Hezbollah e crises internas teme desfecho nas mãos de líderes como Nasrallah e Netanyahu,aumentando a incerteza e o perigo de conflito.

O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.

LEIA AQUI

A imensa maioria dos libaneses queria apenas um tranquilo verão para aproveitar as praias do Mediterrâneo e as montanhas mais frescas enquanto recebem os primos da diáspora vindos de Dubai,Detroit,São Paulo,Paris e Lagos. Apesar da crise econômica,que assola o país há quase meia década,ainda buscam caprichar nos almoços familiares e com amigos ao servirem quibe,esfirra,tabule,humus,coalhada e charuto de folha de uva. Abrem vinhos do Vale do Beqaa,tomam arak (licor de anis) ou algumas das tradicionais cervejas libanesas. Os mais jovens aproveitam para desfrutar das baladas e dos bares de Beirute,uma das mais vibrantes e boêmias metrópoles do planeta.

Análise: Netanyahu sempre buscou uma guerra contra o Irã; em seu ocaso político,ele está mais perto do que nuncaYahya Sinwar: Apontado como arquiteto do ataque do Hamas em outubro,é anunciado como novo líder político do grupo

Não querem guerra. Querem festa. Mas nasceram em um pequeno país do Levante famoso não apenas pela sua magia da neve,dos cedros e do mar como também pela tragédia dos conflitos militares. Ao longo dos séculos,foi palco de inúmeras guerras. As pessoas da minha geração,nascidas no final dos anos 1970,cresceram em meio a uma guerra civil envolvendo milícias cristãs e muçulmanas,além de forças estrangeiras de Israel,Palestina,Síria e EUA. Anos mais tarde,presenciaram a guerra de 2006. Receberam ao longo da história refugiados sírios,palestinos e iraquianos.

Neste pequeno país,por décadas houve ocupação síria e israelense. O Estado é disfuncional,sectário e frágil. Não há transporte público e a infraestrutura é deteriorada. Na falta de eletricidade,prédios usam geradores e casas instalam painéis solares,como um primo do meu pai me mostrou em visita à vila ancestral dos meus avós aos pés do Monte Hermon. O auge do colapso libanês foi a explosão do porto de Beirute há exatos quatro anos. Até hoje,ninguém foi punido pelas mortes de mais de 200 pessoas. Não há consenso para eleger presidente,que precisa ser cristão maronita,e o cargo está vago desde 2022. O primeiro-ministro,que precisa ser sunita,é interino.

Guga Chacra: Nunca Irã e Israel estiveram tão perto de uma guerra total

O Exército do Líbano sequer é a maior força militar do país. Uma milícia criada e armada pelo Irã desde a ocupação israelense do sul libanês nos anos 1980 e 1990 desfruta de mais poder. É o Hezbollah,que atua como uma espécie de Estado paralelo nas áreas xiitas libanesas no sul do Líbano e no sul de Beirute,com presença menor ou quase inexistente em regiões sunitas e cristãs. O maior problema do grupo,no entanto,está na capacidade de travar guerras contra adversários estrangeiros à revelia do governo e dos interesses dos libaneses. Leva muito mais em consideração a agenda iraniana. Inclusive,a organização é acusada de realizar atentados que mataram rivais dentro do Líbano no passado,como Rafik Hariri em 2005,um popular primeiro-ministro que estava na oposição quando foi assassinado em um ato terrorista na marina de Beirute.

Hassan Nasrallah,líder do Hezbollah,vive escondido. Seu apoio se concentra entre os xiitas,que correspondem a cerca de um terço da população libanesa. Apenas 6% dos cristãos,8% dos sunitas e 8% dos drusos dizem apoiar o grupo xiita. Isto é,para a maioria dos libaneses,a organização não os representa.

Análise: Morte de Ismail Haniyeh vai ser sentida pelo Hamas,mas não deve desestabilizar o grupo e nem impedir negociações

Embora Israel não desfrute de simpatia e a causa palestina conte com enorme suporte entre os libaneses,ninguém quer ser bombardeado pelos israelenses. Não vivem sob ocupação,como os palestinos. Israel se retirou do Líbano em 2000 e a única área reivindicada pelos libaneses são as Fazendas de Shebaa e Ghajjar,que possuem pouca importância. Preferiam ser solidários aos palestinos,mas sem conflito militar contra os mais poderosos israelenses. Uma postura similar à da Jordânia. Mas serão Nasrallah e Benjamin Netanyahu que decidirão o futuro dos libaneses independentemente de como eles pensem. E o risco de guerra é enorme.

Declaração: Este artigo é reproduzido em outras mídias. O objetivo da reimpressão é transmitir mais informações. Isso não significa que este site concorda com suas opiniões e é responsável por sua autenticidade, e não tem nenhuma responsabilidade legal. Todos os recursos deste site são coletados na Internet. O objetivo do compartilhamento é apenas para o aprendizado e a referência de todos. Se houver violação de direitos autorais ou propriedade intelectual, deixe uma mensagem.
©direito autoral2009-2020Turismo e Hotelaria      Contate-nos   SiteMap