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Capelão é a profissão do futuro

2024-10-17 HaiPress

EXCLUSIVA COLUNA PLAUY / Xamã,Jackson Antunes,Ana Cecília Costa,Juan Paiva,Breno da Matta e Edvana Carvalho gravam cena do velório de José Venâncio (Rodrigo Simas) — Foto: Léo Rosario/Globo

RESUMO

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GERADO EM: 17/10/2024 - 04:30

Profissão de capelão: essencial na era da inteligência artificial.

Em 2030,novas profissões surgirão com avanço da inteligência artificial,ameaçando até atividades criativas. Em meio a mudanças,capelães se destacam por lidar com emoções humanas,especialmente em velórios,onde a IA terá dificuldade de substituir. A história de um ex-auxiliar de escritório que se torna capelão ilustra a relevância dessa profissão em um futuro incerto.

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Do looping infindável de inutilidades que o Instagram nos brinda diariamente,uma notícia me saltou aos olhos: uma pesquisa concluiu que 85% das profissões que dominarão o mundo em 2030 ainda não foram criadas. Tchau,advogados. Tchau,economistas. A inteligência (cada vez menos) artificial irá tragar todas as profissões para a vala da inutilidade. Antes,acreditava-se ao menos que seriam poupadas as atividades que demandam criatividade. Não mais. A máquina será capaz de aprender e desenvolver raciocínios criativos. Tchau,colunista de jornal.

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Todo esse pensamento me voltou à mente na longa viagem até a Barra (onde votei pela primeira vez,ainda na década de 1990) para mais uma vez comparecer à urna eletrônica. Por que raios até hoje não transferi o meu título de eleitor? Esta é a pergunta que me acomete a cada dois anos. No último dia 6 não foi diferente. Por que raios até hoje não transferi o meu título de eleitor? A dúvida volta como um mantra. Mas logo depois de apertar o botão verde,passa a indignação com a saga de atravessar a cidade: até que foi rápido,até não foi tão ruim,até que a Barra não é tão longe. A sanha de transferir o título se evapora. Fica para a próxima eleição,penso mais uma vez. E assim se passaram 30 anos.

Mas a longa jornada ofereceu tempo mais que suficiente com o motorista de aplicativo: era auxiliar de escritório,foi demitido na pandemia,se formou em Teologia e agora estuda para fazer concurso para capelão no Corpo de Bombeiros ou na Polícia Militar. No mundo da realidade virtual ainda tem serviço para capelão? Para além das vantagens práticas — há mais oferta de vaga do que procura —,o rapaz desfiou um rosário de atividades em que um capelão ainda é útil,desde amparar familiares em momentos traumáticos até fazer o serviço funerário nos velórios em cemitérios.

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“O senhor sabia que padres já não encomendam mais o corpo em velórios? Geralmente esse serviço é feito por um capelão”,me contou,orgulhoso da classe profissional a que almeja pertencer. Encomendar corpo de defunto é um talento que a inteligência artificial dificilmente dominará. Num mundo em que as profissões estão sob ameaça de desaparecer,o futuro do mercado de trabalho pode estar,quem diria,em estudar Teologia para ser capelão em cemitério.

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É esquisito indicar uma coisa que ainda não foi vista. Mas tomando como base a peça anterior da dupla Rosana Stavis e Marcos Damasceno,a chegada de “Nebulosa de Baco” ao CCBB já se torna um programa imperdível. Quem assistiu a “A aforista” não se esquece. Stavis imóvel em cena,dominando o palco,com inteligência e humor. Abra a cabeça,o coração e prepare-se para a maratona de emoções que seguramente a Cia. Stavis-Damasceno traz à cidade.

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Fernanda Montenegro faz 95 anos e é como se a comemoração fosse da própria história do teatro brasileiro,uma renovação de fé,de cada um de nós,que vive desse ofício louco e mágico.

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