2024-12-29 HaiPress
Desi Bouterse — Foto: Reprodução
GERADO EM: 28/12/2024 - 16:15
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O governo do Suriname anunciou no sábado que o ex-presidente Desi Bouterse,que morreu nesta terça-feira,enquanto estava foragido da Justiça,não receberá um funeral de Estado. A informação foi divulgada pelo ministro das Relações Exteriores,Albert Ramdin.
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"O presidente decidiu,com base em seus poderes e nos conselhos (de seus assessores),que não haverá funeral de Estado",disse Ramdin em uma coletiva de imprensa. "Não será declarado nenhum período de luto nacional,nem será depositado qualquer registro de condolências em nome do governo",esclareceu.
Bouterse morreu aos 79 anos. Ele era procurado pelas autoridades há quase um ano para cumprir 20 anos de prisão pelo assassinato de 15 opositores em 1982.
O presidente Chan Santokhi planeja ligar na segunda-feira para Ingrid Bouterse,esposa do ex-mandatário,para expressar suas condolências. Também foi ordenado que as bandeiras do Poder Executivo fiquem a meio mastro no dia do funeral,cuja data ainda não foi definida.
Ramdin explicou que "o costume internacional dita que,quando um presidente é condenado,não há funeral de Estado".
A família já havia descartado solicitar as honras.
O corpo do ex-governante permanece sob custódia da polícia,que investiga as circunstâncias de sua morte,seu esconderijo e como seus restos foram transportados para sua residência por desconhecidos.
O Partido Democrático Nacional (NDP) de Bouterse está organizando os preparativos para o funeral,que deve ocorrer na primeira semana de janeiro.
Em sua sede,foi aberto um livro de condolências. O ministro do Interior,Delano Landvreugd,deve assiná-lo na segunda-feira em nome do governo.
O vice-presidente Ronnie Brunswijk,ex-guarda-costas de Bouterse e depois líder rebelde que o enfrentou na guerra civil,assinou o livro na sexta-feira.
Bouterse tinha 34 anos quando assumiu o poder pelas armas em 1984. Ele deixou o cargo em 1987 sob pressão internacional,mas o retomou em 1990 após um segundo golpe,desta vez sem derramamento de sangue.
Esse mandato durou um ano. Posteriormente,foi eleito presidente em 2010 e governou até 2020.
Em janeiro,o governo suspendeu todos os privilégios que lhe eram concedidos como ex-presidente,após a ratificação da condenação pelas execuções de 1982.
Sua última aparição pública foi em 18 de dezembro de 2023,dois dias antes da decisão judicial. Ele não se apresentou à prisão e,desde então,foram emitidas ordens de captura no país e no exterior.